terça-feira, 8 de maio de 2012

Os Sacramentais




Muitas vezes encontramos cristãos que, devido a uma falsa compreensão do que seja um sacramental, tendem a considerá-los superstições (diminuindo o seu valor) ou equipará-los aos Sacramentos (exagerando o seu valor).
Com o objetivo de esclarecer estas confusões hoje tão comuns, decidi escrever este artigo.
Antes de mais nada, comparemos os Sacramentos e os Sacramentais:

Os Sacramentos
Os Sacramentais
Foram instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo
São estabelecidos pela Igreja que Cristo fundou
São os sete que Cristo instituiu: Batismo, Confirmação, Confissão, Sagrada Eucaristia, Unção dos Enfermos, Ordens Sagradas e Matrimônio
São muitos e variados, de acordo com as instruções dadas pela Santa Mãe Igreja
Produzem Graça diretamente na alma, se não houver obstáculo por parte daquele que os recebe
Não produzem Graça diretamente ou por eles mesmos, mas produzem Graça indiretamente ao dispor e preparar a alma para este divino dom
As palavras usadas no ministério dos Sacramentos, com exceção das usadas na Unção dos Enfermos, declaram firmemente que Deus está produzindo certos efeitos na alma
As orações usadas nos Sacramentais apenas pedem a Deus que produza certos efeitos e conceda certas graças
Dão ou aumentam a Graça Santificante ¹
São meios para a obtenção de graças atuais ²



Podemos dividir os Sacramentais em várias categorias: orações, objetos piedosos, sinais sagrados e cerimônias religiosas.
Alguns sacramentais são uma combinação, pertencendo a mais de uma categoria. O Rosário, por exemplo, é uma oração e um objeto piedoso.
Não podemos, contudo, esquecer que o mérito não reside no objeto. Seria superstição acreditar que um mero objeto teria algum tipo de poder por si só.
Os sacramentais, entretanto, são objetos separados pela Igreja para a nossa santificação, usando da oração oficial da Igreja e dos méritos de Cristo, presentes e distribuídos por Sua Igreja. Eles nos levam a pensamentos e sentimentos mais espirituais, aumentam a nossa lembrança e confiança na Misericórdia Divina.
Desde o tempo do Antigo Testamento nós encontramos prenúncios dos Sacramentais: os judeus receberam de Deus a ordem de usar franjas em suas roupas, para que se lembrem dos Mandamentos3. Estas franjas lembram aos judeus a presença de Deus. Do mesmo modo, mas ao mesmo tempo de maneira muito superior, os Sacramentais atraem a nossa atenção para a Graça de Deus. Deus não arromba as portas dos nossos corações; os Sacramentais nos ajudam a abri-las de par em par.
Eles não são necessários para a nossa salvação; podemos perfeitamente ser salvos sem que deles façamos uso. Mas sem dúvida eles podem nos ajudar, e muito!
A batina de um padre faz com que se calem os blasfemos no lugar em que ele entra, e igualmente faz com que ele esteja sempre consciente de sua função de sacerdote e testemunha, tornando mais difícil que peque.
A cruz ou o escapulário que o cristão leva ao peito também lembra a ele e ao próximo a necessidade de nos abrirmos para Deus e o valor do sacrifício.
A madeira ou metal da cruz, o pano do escapulário e da batina, nada disso tem valor salvífico em si. Mas essas coisas, separadas pela Igreja e por ela abençoadas e dotadas de uma missão, nos atraem para Deus, nos levam a abrir as portas para a Graça, e podem ser indiretamente a causa de nossa salvação.
Quantas vezes já aconteceu de um cristão encontrar forças para resistir ao pecado simplesmente segurando a cruz que trazia ao peito?
A madeira da cruz não valeu de nada; não seria a mesma coisa segurar um palito de fósforo ou uma acha de lenha! O fato desta cruz ser um símbolo da fé e da confiança em Deus, o fato desta cruz ter sido abençoada e separada pela Igreja, tudo isso, no entanto, faz com que o cristão, ao segurá-la, lembre-se de Deus e abra seu coração para a Graça, que dá a ele a força de lutar contra o pecado.
Do mesmo modo o sinal da cruz que fazemos ao percebermos que estamos na presença do mal é um pedido a Deus, um pedido de Graça, um apelo a que ele não nos deixe cair na tentação que ora se apresenta.
Do mesmo modo as imagens piedosas com que adornamos a nossa residência não têm, por si só, a capacidade de nos salvar. Ao vermos, entretanto, a imagem de um Santo, nos lembramos de nosso chamado à Santidade, e mais facilmente dizemos "não" ao pecado.
Ao vermos a imagem de São Francisco, nos lembramos de que há mais no mundo que a riqueza e o dinheiro; ao vermos a imagem de São Cristóvão, pedimos a Deus que nos proteja em nossos caminhos...
Não esqueçamos, portanto, do valor e da eficácia daqueles objetos, sinais e orações que graças aos méritos de Cristo, preservados e distribuídos por Sua Igreja, nos levam a cada vez mais abrirmos nossos corações à Graça, conduzindo-nos sempre ao reto caminho que leva à estreita porta da Salvação!

Amém.

Fonte:

¹A Graça Santificante, ou habitual, nos ajuda a lutar contra o Pecado, dando-nos fortaleza para resistir às tentações. Ela é infusa pelo Batismo, perdida quando se comete um pecado mortal e recuperada pela Absolvição.

²A Graça atual é uma Graça não-habitual, que recebemos como auxílio para o momento presente.

³Livro dos Números, Capítulo 15,37-41: "O Senhor disse a Moisés: 'Fala aos israelitas e dize-lhes que, por todas as gerações, façam franjas nas bordas das vestes e nas franjas da borda atem um cordão de púrpura violácea. O cordão fará parte da franja para que, vendo, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor e os cumprais, e não corrais atrás dos desejos de vosso coração e dos vossos olhos, que vos levam à infidelidade. Assim, lembrando-vos dos meus mandamentos e pondo em prática, sereis consagrados para o vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus."

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Santo Atanásio, rogai por nós!


Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Nicéia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.
O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.
Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio, que por cinco vezes teve de fugir de sua sede episcopal.
Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.
Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.

“O que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio para a Igreja.”
(São Gregório Nazianzeno)

Santo Atanásio, rogai por nós!

Fontes:

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Verdadeira Devoção




Não poderia haver semana mais oportuna para tratarmos do tema! Dia 28/04 celebraremos o dia de São Luís Maria Grignion de Monfort, idealizador do Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem. E como este ano estamos comemorando 300 anos da criação do tratado, seguem abaixo alguns dados que recolhi sobre esta tradição antiga e muito eficiente da história da igreja.


Quem é o Santo?
"Nascido na França, no ano de 1673, de uma família muito numerosa, São Luís Maria Grignion de Monfort sentiu bem cedo o desejo de seguir o sacerdócio e assim percorreu o caminho dos estudos.
Como padre, São Luís começou a comunicar o Santo Evangelho e a levar o povo, através de suas missões populares, a viver Jesus pela intercessão e conhecimento de Maria. Foi grande pregador, homem de oração, amante da Santa Cruz, dos doentes e pobres; como bom escravo da Virgem Santíssima não foi egoísta e fez de tudo para ensinar a todos o caminho mais rápido, fácil e fascinante de unir-se perfeitamente a Jesus, que consistia na consagração total e liberal à Santa Maria.
São Luís já era um homem que praticava sacrifícios pela salvação das almas, e sua maior penitência foi aceitar as diversas perseguições que o próprio Maligno derramou sobre ele; tanto assim que foi a Roma para pedir ao Papa permissão para sair da França, mas este não lhe concedeu tal pedido. Na força do Espírito e auxiliado pela Mãe de Deus, que nunca o abandonara, São Luís evangelizou e combateu na França os jansenistas, os quais estavam afastando os fiéis dos sacramentos e da misericórdia do Senhor.
São Luís, que morreu em 1716, foi quem escreveu o 'Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem', que influencia ainda hoje, muitos filhos de Maria. Influenciou inclusive o saudoso Papa João Paulo II, que por viver o que São Luís nos partilhou, adotou como lema o Totus Tuus, Mariae, isto é, 'Sou todo teu, ó Maria'".

O que é o Tratado?
"A nossa salvação ou condenação dependerá de fazermos ou não em nossa vida a vontade de DEUS. No Tratado se ensina justamente a se fazer esta entrega a NOSSA SENHORA – e por meio dela a JESUS – para com Ela aprendermos a fazer bem a vontade de Deus. São Luís, no Tratado, chama os Escravos por Amor de “calcanhar de Nossa Senhora”, afirmando que o calcanhar é a parte mais humilhada do corpo, por estar abaixo de todos os outros membros, mas que ao mesmo tempo é a parte que sustenta todo o peso do corpo e que é com este calcanhar que ela esmagará a cabeça da serpente, pois nos ensinará a rejeitar as obras do mal e a fazer sempre a vontade de Deus.
São Luís ensina ainda, que JESUS reinará no mundo, ou seja, nos corações e que este reinado de JESUS se dará por meio de MARIA, ou seja, JESUS confiou a Ela a missão de conduzir a Igreja a uma mais perfeita realização da vontade de DEUS neste mundo, e a maneira pela qual se estabelecerá o Reinado de Maria é pela difusão e prática da Verdadeira Devoção ensinada no Tratado escrito por São Luís de Montfort. (...)
É necessário lembrar também que a TOTAL CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM é totalmente católica e cristocêntrica, uma vez que é para todos os batizados e tem por objetivo nos unir a JESUS e nos fazer crescer no Amor a Ele; ou seja, a SANTA ESCRAVIDÃO DE AMOR ou TOTAL CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM não atrapalha nenhum carisma ou espiritualidade de qualquer movimento ou comunidade que seja, ao contrário, essa entrega total a Nossa Senhora ajuda cada pessoa a viver de modo mais intenso e profundo seu próprio carisma e sua própria espiritualidade, uma vez que Ela é a boníssima Mãe e a Virgem Fiel que nos leva em tudo a fazer a vontade de Deus, cumprindo com mais perfeição e amor nossos deveres de estado. E a semelhança da oração do Rosário – só que com muito maiores e profundas razões – a TOTAL CONSAGRAÇÃO não é apenas para alguns privilegiados, ou para alguma comunidade ou movimento, mas é proposta para todos os batizados para que vivam com mais facilidade, constância e coerência a sua condição de filhos de Deus".

Quem já fez?
A lista de santos que utilizaram o Tratado da Verdadeira Devoção certamente é incontável. Porém conhecemos nomes como São João Maria Vianney, São João Bosco, São Domingos Sávio, Santa Terezinha, Santa Gema Galgani, São Pio X, São Pio de Pietrelcina, além do Beato João Paulo II.

São muitas e diversas as histórias ao redor deste livro. A forte mensagem que deixa, no entanto, precisa ser meditada cada dia mais por todos os cristãos que, recorrendo ao seu amor, queiram encontrar um refúgio segura a caminho da salvação eterna. Não importa o quanto queiramos honrar à Maria Santíssima, jamais conseguiremos honrá-la tanto quanto o próprio Deus quis, quando a escolheu para ser mãe de Jesus Cristo, o unigênito do Pai.

Fontes:

terça-feira, 17 de abril de 2012

Quem é o Homem do Sudário?




Uma exposição que começou aqui no Rio de Janeiro no dia 23 de março tem reacendido entre a igreja carioca um antigo e intrigante debate sobre a Sagrada Tradição Eclesial: Afinal, a imagem que aparece no sudário é o corpo do Cristo Morto?
Segundo a Igreja, "O Sudário de Turim é tido como o pano que envolveu o Corpo de Jesus no sepulcro" (YOUCAT, p.69). Nessa afirmação não está contido, no entanto, um dogma de fé, mas um dado daquilo que é tradição entre os fiéis. Como nos explica o Beato João Paulo II , " (...) O fascínio misterioso do Sudário leva a questões a serem levantadas sobre o Linho sagrado e a vida histórica de Jesus. Como não é uma questão de fé, a Igreja não tem competência específica para se pronunciar sobre estas questões. (...) Para o crente, o que conta acima de tudo é que o Sudário é um espelho do Evangelho. Na verdade, se refletirmos sobre o Linho sagrado, não podemos escapar a idéia de que a imagem que ele apresenta tem uma relação tão profunda com o que os Evangelhos falam da paixão e morte de Jesus, que toda pessoa sensível se sente interiormente tocada e comovida ao contemplá-lo . Quem se aproxima é também consciente de que o Sudário não detém os corações das pessoas para si, mas os transforma para ele, a cujo serviço a Providência amorosa do Pai colocou. Portanto, é correto fomentar uma consciência da preciosidade desta imagem, que todos vêem e ninguém até agora pode explicar. Para cada pessoa atenta ele é motivo de profunda reflexão, que pode envolver até mesmo a própria vida. O Sudário é, portanto, um sinal deveras singular que aponta para Jesus, a verdadeira Palavra do Pai, e nos convida a moldar nossas vidas sobre a vida d'Aquele que se entregou por nós." *
Beijado por João Paulo II, visitado por Bento XVI, questionado pelos céticos, estudado incansavelmente pelos cientistas ao longo do século. O Sudário de Turim desafia a lógica humana em vários quesitos, e envolve os fiéis em um cotidiano de surpresas, dentre as quais o site da rádio catedral nos elenca as mais fortes:
"Estudiosos admitem existir grande coincidência entre as marcas impressas no tecido e o que os Evangelhos relatam sobre a Paixão de Cristo. A coincidência começa pelo fato de o lençol ter composição rudimentar da fibra que era produzida no antigo Egito e Síria. No tecido há diversas manchas de sangue humano do tipo AB, comum em judeus. A análise do sangue indicou uma substância cicatrizante do fígado, produzida quando o corpo é gravemente traumatizado. Através deste estudo, constataram-se também cromossomos do tipo X e Y, confirmando que seria uma pessoa do sexo masculino. Foram descobertos também certos pólens no Sudário. As espécies de plantas foram identificadas. Trata-se de plantas comuns do Vale do Jordão e Mar Morto, de lugares pedregosos ou salgados e regiões desérticas."
"A análise médico-forense mostra que o homem do Sudário possuía altura entre 1,75 e 1,80 m. Com idade estimada de 37 anos de raça semítica. No lençol há marcas que indicam que o Homem do Sudário foi açoitado e os ângulos das feridas permitem deduzir que havia dois flageladores. Já na marca da cabeça, há cerca de quarenta feridas causadas por objetos pontiagudos. É fácil observar que este quadro é compatível com a cabeça de quem recebeu uma coroa de espinhos. Há também marcas de feridas nas mãos e pés, como se tivesse sido crucificado."
"O grande mistério é que, apesar das marcas de sangue de feridas, o lençol não apresenta marcas de decomposição, ou seja, foi comprovado haver um cadáver, mas não há nada que demonstre que houve degeneração do corpo sob o lençol. As manchas de sangue mostram que o corpo ficou em contato com o lençol durante um período entre 30 e 40 horas. Mais um forte indício que se assemelha com o Evangelho."
 Porém, acredito que o principal desafio à razão e à fé é o teste de carbono 14 feito em 1988, que datou o pano do sudário como tendo sido confeccionado entre os séculos XIII e XIV. Recentemente, este resultado foi questionado por cientistas que levantaram o debate dos inúmeros remendos feitos no sudário durante os séculos para conserva-lhe um tamanho adequado a exposição. O pedaço de pano analisado pelos cientistas na década de 1980 pode ter sido, então, um remendo feito na Idade Média pelas freiras que guardavam a relíquia.
Independente da identidade do homem do sudário, o fato é que a existência desta relíquia nos joga de tal modo no mistério da dolorosa paixão de Cristo, que somos atraídos muito fortemente a meditarmos horas a fio sobre o amor do Senhor por nós. O Sudário tem esse poder. E quanto mais pensamos sobre ele, mais descobrimos o quanto Deus ainda quer nos comunicar, senão através de uma herança material, através de sua divina providência.

A exposição “Quem é o Homem do Sudário ficará no Shopping Via Parque até o dia 6 de maio de 2012. Diariamente está sendo celebrada missa às 19 hr no local.

*Discurso do Papa João Paulo II, quando da Visita Pastoral a Vercelli e a Turim. Tradução da autora.

Fontes:

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Quarto Poder...

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!

... ou, o Poder Moderador. Lembra, Dom Pedro I, Dom Pedro II, o Estado com poder pra fazer o que bem quisesse? Acima do bem e do mal????

Pois bem queridos, a novidade é que 178 anos depois a moda do poder moderador pegou outra vez, com uma faceta diferente, é claro, mas ainda assim, ele faz sentir os seu efeitos entre nós.

Se em 1824 o todo poderoso era Dom Pedro I, o soberano da vez atende pelo nome de STF. Deixe-me explicar do que se trata.

STF é Deus. STF é aquilo que existe de mais pleno no mundo. STF não está no mundo, STF é o mundo. STF é o motivo pelo qual respiramos, pelo qual existimos e pelo qual permanecemos de pé. STF só se enganou uma vez (fãs de Chaves já sabem em que ocasião...). A vida gira em torno do que STF pensa e manda em sua visão de águia. Não é o STF que lê errado, é o povo, ignorante, que não enxerga a verdade. Afinal de contas o STF é a verdade.

Nesse Estado, onde seguimos regidos por nosso todo-poderoso, nós reles mortais, ficamos a imaginar aonde foi parar aquela palavra já quase esquecida... como é mesmo... Ah! Democracia.

Não, STF não gosta de democracia. Democracia quer dizer que o povo escolhe, que a maioria manda e STF não pode admitir tamanha mentira. Democracia quer dizer que quando mais de 80% da população brasileira é contra a legalização do aborto no país, (pensando em pleno acordo com a Constituição vigente) o aborto não será legalizado no país. Muito menos por órgão a quem não compete tal ação. Mas, é claro, não é o caso do STF, porque tudo no mundo compete ao STF.  Aliás, democracia ainda quer dizer "poder do povo", até que o STF diga o contrário.

E cá pra nós, pra que legisladores? Chamem o STF que consegue escrever nas linhas já escritas da constituição. E pra que executivo? Tudo o que for necessário para a vontade do STF (que é a que importa) ele fará, não importa a quem doer (mesmo se for a crianças que ainda nem podem verbalizar suas vontades e necessidades).

Na dança do quem manda mais, o STF tem feito muita gente feliz nesse mundo. Afinal de contas, é pra isso que ele existe, para levar a felicidade aos escolhidos.

Aqui, façamos a devida ressalva para agradece, em nome de todos os cristãos e nasciturnos do país, ao ministro Ricardo Lewandowski, que em meio ao delírio de poder do supremo, manteve a sanidade e continuou fiel guarda da constituição. Agradecemos e desejamos forças. Ofereçamos, irmãos, jejuns e orações para que sua missão continue justa aos olhos do Todo.

Aproveito para fazer uma ressalva também aos pobres plebeus, que comendo a lavagem dos porcos como quem come um  banquete, se abriga nas asas do abutre e desfruta das migalhas de sua carniça. Saiba que quando vossa carne estiver madura para o abate, seremos todos nós ratos do mesmo esgoto.

É isso, amigos. Os tempos de absolutismo voltaram. Eis que o guardião da Magna Carta volta sua lança para ferí-la e para usar seu poder em benefício próprio. Nesse país que tem dono e que não sou eu nem são vocês, só nos resta, fãs de peixe que somos, seguir por aí, com nossas idéias meio tresloucadas de um alfabeto onde A + B + O + R + T + O ainda forma a palavra "homicídio".

Como diria um cristão amigo meu em um momento inspirado, "está aberta a temporada de caça aos peixes, porque é Era de Aquarius." Nós, então,  desprovidos de qualquer poder, humildes, pobres, inferiores, invisíveis e incontáveis, sob o jugo do supremo magnânimo seguimos impotentes. Nós e nossas companhias que, estranhamente, o todo-poderoso não consegue ver...

Afinal de contas, vai que o poder do STF não é assim tão infinito como ele imagina....

Quem como Deus?

YHVH

ICHTHYS

terça-feira, 3 de abril de 2012

A Paixão, a Penitência e a Redenção




Vê-se, todos os anos, muita confusão a respeito da possibilidade da administração das Confissões durante a Sexta-Feira e o Sábado Santos.
Alguns sacerdotes, inclusive especialistas em liturgia, afirmam erroneamente que as rubricas do Missal proíbem a celebração do sacramento da Penitência durante a Sexta-Feira e o Sábado Santos.
No entanto, esta afirmação é incorreta.
Eis o que o Missal realmente diz.
As edições de 1970 e de 1975 do Missale Romanum (Novus Ordo) (usando a linguagem tradicional usada pelo Papa Inocêncio III, † 1216) afirmam o seguinte a respeito da Sexta-Feira e do Sábado Santos: Hac et sequenti die, Ecclesia, ex antiquissima traditione, sacramenta penitus non celebrat (Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos – pg. 254 da edição da Paulus).
No entanto, já que se trata de um Missal (ou seja, de um livro para a celebração da missa), sacramento refere-se apenas à Eucaristia, Santa Missa e não aos outros sacramentos. A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos esclareceu esta rubrica em sua revista oficial Notitiae [1977 – no. 137 (Dezembro) p. 602].
Na edição de 2002 do Missale Romanum (ainda não traduzida para o Brasil) no mesmo parágrafo a dúvida foi sanada. Assim foi modificado o texto citado acima (a ênfase é minha):
Hac et sequenti die, Ecclesia, ex antiquissima traditione, sacramenta, praeter Paenitentiae et Infirmorum Unctionis, penitus non celebrat… (Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra de forma alguma os sacramentos, exceto os da Penitência e da Unção dos Enfermos).
Os Sacerdotes não somente podem, mas deveriam ouvir confissões na Sexta-Feira e no Sábado Santos, pois se trata de dias especialmente dedicados à penitência. Aliás, aproveitando a deixa, é bom lembrar que não somente é permitido, mas igualmente apropriado que haja um sacerdote ouvindo confissões enquanto outro celebra a Santa Missa. (Cf. Redemptionis Sacramentum 76 e a resposta da Congregação ao “Dubium” em Notitiae 37 (2001) pp. 259-260).
Ter um sacerdote no confessionário antes e mesmo durante a Missa dominical ou festiva é uma forma de dar a oportunidade de os fiéis que mais necessitam (os doentes espiritualmente) receberem este remédio espiritual que, de outra forma, não buscariam.

(Tradução e adaptação de Padre Paulo Ricardo. Fonte: http://wdtprs.com/blog/2011/04/confessions-during-the-triduum/)


Fiquemos, então, na paz do Senhor e que essa nossa Semana Santa nos purifique e prepare para uma nova vida!

BOA SEMANA SANTA A TODOS!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Reflexão Quaresmal parte-IV




Estamos chegamos ao final de mais um tempo quaresmal. Que nessa semana, intensifiquemos nossos atos de jejum, oração e esmola, para que, seguindo as palavras de Cristo, possamos contemplar também a sua face!

3. "«Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf.Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica."

Papa Bento XVI

OBS:

Queridos Jovens,

Encerrando esse tempo de reflexão quaresmal, convoco a todos para a celebração do Dia Mundial da Juventude - 2012. Aqui no Rio de Janeiro, o evento acontecerá no dia 31 de março, às 15 hr, na Praça Nossa Senhora da Paz - Ipanema. Como antecipação da JMJ, convido a todos a fazer deste dia, um dia de ação de graças ao Senhor!

Beijos e Fiquem com Deus!


terça-feira, 20 de março de 2012

Reflexão Quaresmal - parte III


Boa Noite, queridos!

Estamos nos aproximando da quaresma e é momento de intensificarmos nosso jejum, nossas orações e nossas obras de caridade. Peçamos a presença do Espírito Santo para iluminar a nossa terceira semana de reflexão Quaresmal:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis
E acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.
OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O facto de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

A palavra do Papa nos convida hoje a esmola. Em nossas orações finais peçamos a Deus que abra nosso coração para reconhecer na caridade ao próximo a caridade a Ele próprio.

Até a próxima!!!!

Deus Abençoe!

terça-feira, 13 de março de 2012

Reflexão Quaresmal - parte II




Olá amigos!

Iniciemos nossa reflexão quaresmal desta semana invocando o Espirito Santo de Deus, para que Ele abra nossas mentes e nossos corações para as palavras do papa e para o Espírito Quaresmal:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vosso fiéis
E acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra.
OREMOS:
Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a Luz do Espírito Santo,
Fazei que apreciemos retamente todas as coisa, segundo o mesmo Espírito,
E gozemos sempre da Sua consolação, por Cristo Senhor Nosso. Amém!

Segue o texto para nossa meditação:


1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e, todavia são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: “O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo” (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de “anestesia espiritual”, que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, “passam ao largo” do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de “prestar atenção”, de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: “O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende” (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança “dos que choram” (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O facto de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: “Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber” (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: “Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado” (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que “sete vezes cai o justo” (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

Fonte:


Amigos, na nossa oração final, fruto da nossa reflexão, coloquemos o Pe. Paulo Ricardo, que nesta semana passou por tão lastimável episódio. Que o Senhor continue animando-o na "missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal". Abaixo segue o link da petição em favor do Pe. Paulo. Por favor, deem sua assinatura apoiando as obras deste grande sacerdote!


Fiquem com Deus e a Virgem Maria! Até a próxima semana!


segunda-feira, 5 de março de 2012

Reflexão Quaresmal



Bom dia, amados!

A paz do nosso Senhor a todos vocês!

Desculpem-me pelo atraso na postagem, mas fiquei sem internet por quase uma semana...

Bem, mas sem mais enrolação, vamos ao tema de hoje.

Mês passado, iniciando a quaresma, o papa Bento XVI divulgou uma mensagem a todos os fiéis, propondo a nós um sentido para esse tempo litúrgico. Durante a quaresma, postaremos partes desse texto como uma forma de reflexão.

É importante que você, caro leitor, entenda o porquê de ir postando partes do documento, e não ele todo.

O fato é que com todos os nossos afazeres, nem sempre conseguimos ou lembramos de entrar no espírito meditativo/contemplativo que a quaresma nos propõe. Na maioria das vezes quando percebemos a quaresma já passou e foi um dos períodos mais conturbados de nosso ano.

Dessa forma, optamos por postar pequenos trechos de cada vez e não a carta toda de uma vez só. O ideal é que ao parar para ler estes posts, você realmente PARE para ler. Eles costumarão ser pequenos, já para que você não passe pela tentação da preguiça! Concentre-se naquilo que o papa escreve, pelo menos durante cinco minutos. Já é um avanço na sua vivência do tempo quaresmal!

Se o ambiente lhe permitir, ao final da leitura, você pode fazer uma breve oração sobre aquilo que você leu, sobre como aquilo está sendo vivenciado na sua vida e sobre como você pode se aprofundar mais na realidade cristã que o papa propõe.

E aí? Topa o desafio?

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
PAPA BENTO XVI
PARA A QUARESMA DE 2012

«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos
ao amor e às boas obras» (Heb 10, 24)

Irmãos e irmãs!

A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

(...)

Fonte:



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Como os Santos Viviam o Carnaval?




Como será que os santos viviam esses dias de Carnaval? Essa pergunta desperta uma certa curiosidade. A maior festa popular do país está se aproximando, fiquei muito surpreso ao ler na obra: Meditações para todos os dias do ano, tiradas das obras ascéticas de Santo Afonso Maria de Ligório, do padre Thiago Maria Cristini, reflexões sobre este doutor da Igreja a respeito dessa festividade. Apresento essa reflexão para nos ajudar a santificar este tempo, que, infelizmente, tem sido de incentivo ao pecado por parte da mídia em geral.
“Guarde a fé ao teu amigo na sua pobreza, para que também te alegres com ele nas suas riquezas” (Eclo 22,28).
A partir deste versículo, Santo Afonso nos ensina que, por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de folia é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria.
Se um só pecado, como dizem as Sagradas Escrituras, já desonra a Deus, causando-Lhe injúria e desprezo, imagine quanto o Divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de todas as espécies, por pessoas de todas as condições, e quiçá por pessoas que são consagradas a Ele. Jesus Cristo não é mais susceptível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, haveria de morrer nestes dias desgraçados e haveria de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que Lhe são feitas. Da mesma forma, é por isso que os santos, a fim de fazerem um ato de desagravo ao Senhor pelos tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de Carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado.
Nesse tempo carnavalesco, Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o Sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Neri convocava o povo para visitar com ele os santuários e praticar exercícios de devoção. O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas ficavam um pouco mais relaxadas nos dias de folia, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente.

Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o tempo de Carnaval da melhor forma possível. Meu irmão, se você ama também este Redentor amabilíssimo, imite os santos. Se não pode fazer mais, procure ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado, ou bem recolhido em sua casa, aos pés Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que são feitas a Ele.

Continuando a reflexão, Santo Afonso afirma que para nos alegrarmos com ele nas suas riquezas, o meio para adquirirmos um tesouro imenso de méritos e obtermos do céu as graças mais assinaladas é sendo fiéis a Jesus Cristo em Sua pobreza e fazermos companhia a Ele neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Oh, como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias carnavalescos são oferecidos a Ele pelas almas prediletas d'Ele!
Conta-se que, na vida de Santa Gertrudes, certa vez ela viu num êxtase o Divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela nesse período [Carnaval], a fim de a recompensar com graças especialíssimas. Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava orando e chorando os pecados que se cometiam na "quinta-feira gorda", que o Senhor a declarou sua esposa, em recompensa (como disse) dos obséquios praticados por ela nesse tempo de tantas ofensas.
Por fim, Santo Afonso nos convida a rezar da seguinte forma: Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os vossos favores como para fazer coisa agradável ao vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para convosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei. Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo, quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias disser: Meu Jesus, misericórdia. – Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo a vosso Divino Filho, e por amor de seu sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.



Padre Clóvis Melo - Comunidade Canção Nova

Fonte:

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Abortos ocultos

   Eu sempre achei interessante a capacidade das pessoas de achar que ao longo de 2000 anos, nem passou pela cabeça da igreja acumular conhecimento e transmiti-lo a posteridade. O tema de hoje, na verdade, está profundamente envolto nessa mentalidade de que a igreja católica é instituição retrograda e que ignora os avanços científicos que facilitam a vida da humanidade.

   Pois bem! Se você já cansou de ouvir (e até repetir) esse discurso sem se quer conhecer os argumentos pelos quais a igreja é contra o uso de anticoncepcionais, descubra neste vídeo de Pe. Paulo Ricardo que existe vida inteligente na igreja católica! 



Que o Espírito Santo sopre seus dons em nós e que a sabedoria divina seja sempre nosso guia.

Fiquem na paz!


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Postinor

Tradução:  Your Body - Seu corpo
                                     Not your body - Não é seu corpo
                                             Not your choice! - Não é sua escolha!



Olá amigos!

   O tema de hoje foi definido por uma fotinha dessas de facebook, que desafiou minha capacidade de me manter na caridade (Senhor, dá-me paciência...). Excluindo outras denominações religiosas, ou pessoas sem princípios religiosos, venho falar para os católicos, para que conheçam exatamente a ação do remédio que chamamos de pílula do dia seguinte, para que saibam muito bem sobre o que está se discutindo e tenham a clareza sobre o assunto.
   E Já que alguns ainda conseguem ter dúvida, que a ação da pílula do dia seguinte é abortiva, segue o texto (tradução não oficial) da Pontífice Academia pela Vida sobre o remedinho inocente:




PONTIFÍCIA ACADEMIA PARA A VIDA
DECLARAÇÃO SOBRE A CHAMADA
"PÍLULA DO DIA SEGUINTE"


Como é comumente conhecida, a chamada pílula do dia seguinte recentemente foi posta à venda nas farmácias da Itália. Ela é um bem-conhecido produto químico (de tipo hormonal) que freqüentemente — mesmo na semana passada — tinha sido apresentado por muitos da área e pelos meios de comunicação de massa como um simples contraceptivo ou, mais precisamente, como um "contraceptivo de emergência", que se usado dentro de um curto tempo depois de um ato sexual presumivelmente fértil, deveria unicamente impedir a continuação de uma gravidez indesejada. As reações críticas inevitáveis daqueles que levantaram sérias dúvidas sobre como esse produto funciona, em outras palavras, que sua ação não é meramente "contraceptiva", mas "abortiva", receberam rapidamente a resposta de que tais preocupações mostravam-se sem fundamento, uma vez que a pílula do dia seguinte tem um efeito "anti-implantação", deste modo implicitamente sugerindo uma clara distinção entre o aborto e a intercepção (impedimento da implantação de um ovo fertilizado, isto é, o embrião, na parede uterina). Considerando que o uso deste produto diz respeito a bens e valores humanos fundamentais, a ponto de envolver as origens da própria vida humana, a Pontifícia Academia para a Vida sente a responsabilidade premente e a necessidade definitiva de oferecer alguns esclarecimentos e considerações sobre o assunto, reafirmando, além disso, as já bem conhecidas posições éticas sustentadas por precisos dados científicos e reforçadas pela Doutrina Católica.

1. A pílula do dia seguinte é um preparado a base de hormônios (pode conter estrogênio, estrogênio/progestogênio ou somente progestogênio) que, dentro de e não mais do que 72 horas após um ato sexual presumivelmente fértil, tem uma função predominantemente "anti-implantação", isto é, impede que um possível ovo fertilizado (que é um embrião humano), agora no estágio de blástula de seu desenvolvimento (cinco a seis dias depois da fertilização) seja implantado na parede uterina por um processo de alteração da própria parede. O resultado final será assim a expulsão e a perda desse embrião. Somente se a pílula fosse tomada vários dias antes do momento da ovulação poderia às vezes agir impedindo a mesma (neste caso ela funcionaria como um típico "contraceptivo"). De qualquer forma, a mulher que usa esse tipo de pílula, usa pelo medo de poder estar em seu período fértil, e assim pretende causar a expulsão de um possível novo concepto; sobretudo não seria realista pensar que uma mulher, encontrando-se na situação de querer usar um contraceptivo de emergência, pudesse saber exatamente e oportunamente seu atual estado de fertilidade.

2. A decisão de usar o termo "ovo fertilizado" para indicar as fases mais primitivas do desenvolvimento embrionário não pode de maneira alguma conduzir a uma distinção artificial de valor entre diferentes momentos do desenvolvimento do mesmo indivíduo humano. Em outras palavras, se pode ser útil, por razões de descrição científica, distinguir com termos convencionais (ovo fertilizado, embrião, feto etc.) os diferentes momentos em um único processo de crescimento, nunca pode ser legítimo decidir arbitrariamente que o indivíduo humano tem maior ou menor valor (com a resultante variação da obrigação de protegê-lo) de acordo com seu estágio de desenvolvimento.

3. É claro, então, que a comprovada ação "anti-implantação" da pílula do dia seguinte é realmente nada mais do que um aborto quimicamente induzido. Não é intelectualmente consistente nem cientificamente justificável dizer que não estamos tratando da mesma coisa. Além disso, parece suficientemente claro que aqueles que pedem ou oferecem essa pílula estão buscando a interrupção direta de uma possível gravidez já em progresso, da mesma forma que no caso do aborto. A gravidez, de fato, começa com a fertilização e não com a implantação do blastocisto na parede uterina, que é o que tem sido implicitamente sugerido.

4. Consequentemente, do ponto de vista ético, a mesma absoluta ilegalidade dos procedimentos abortivos também se aplica à distribuição, prescrição e uso da pílula do dia seguinte. Todos os que, compartilhando ou não a intenção, cooperam diretamente com esse procedimento, são também moralmente responsáveis por ele.

5. Uma outra consideração deveria ser feita com respeito ao uso da pílula do dia seguinte em relação à aplicação da Lei 194/78, que na Itália regula as condições e procedimentos para a interrupção voluntária da gravidez. Dizer que a pílula é um produto "anti-implantação", em vez de usar o termo mais transparente "abortivo", torna possível evitar todos os procedimentos obrigatórios requeridos pela Lei 194 a fim de interromper a gravidez (entrevista prévia, verificação da gravidez, determinação do estágio de crescimento, tempo para reflexão etc.), praticando uma forma de aborto que é completamente oculta e não pode ser registrada por nenhuma instituição. Tudo isso parece, então, estar em direta contradição com a aplicação da Lei 194, ela mesma contestável.

6. Finalmente, como tais procedimentos estão-se tornando mais disseminados, nós encorajamos fortemente a todos os que trabalham nesse setor a fazer uma firme objeção de consciência moral, o que gerará um testemunho prático e corajoso do valor inalienável da vida humana, especialmente em vista das novas formas ocultas de agressão contra os mais fracos e mais indefesos indivíduos, como é o caso de um embrião humano.

Cidade do Vaticano, 31 de outubro de 2000.

Fonte:
http://www.acidigital.com/vida/pilula/aca-vida.htm

Fonte secundária:
http://www.providaanapolis.org.br/abdiaseg.htm

Aborto tem um conceito. Mas antes de tê-lo, já era um ato. E não importa o que a ONU diga, todos os seres humanos sabem muito bem o que significa.