quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Transubstanciação a Olho Nu

Nicole Melhado Da Redação, com News.va

O Papa Bento XVI enviou uma bênção à "dileta nação croata", que neste domingo, 4, festejará os 600 anos do Milagre Eucarístico de Ludbreg.

"Sem a Eucaristia não podemos ser verdadeiros cristãos e a própria Igreja não pode edificar-se para a salvação dos homens", diz o Pontífice na carta a qual envia o Cardeal Josef Tomko como seu representante.

História do Milagre Eucarístico de Ludbreg

No ano de 1411, em Ludbreg, um sacerdote foi celebrar uma Missa na capela do castelo dos condes Batthyany, mas quando ele estava consagrando o vinho duvidou que a transubstanciação acontecesse realmente e nesse momento o vinho se transformou em Sangue.

Desde então, o "Milagre Eucarístico de Ludbreg" é objeto de adoração para os fiéis croatas, que ao longo dos séculos foram testemunhas de inúmeras curas.

Congresso Eucarístico em Ancona

Neste sábado, 3, terá início em Ancona, na Itália, o 25º Congresso Eucarístico Nacional, que recordará os 600 anos do Milagre Eucarístico de Ludbreg e refletirá "peso peculiar do Sacramento da Caridade na vida e na obra de todo fiel", como destaca Bento XVI, na carta com a qual nomeia o Cardeal Giovanni Battista seu enviado ao Congresso Eucarístico.

O Congresso que será concluído pelo próprio Papa, no dia 11 de setembro, em visita pastoral a Ancona.

Fonte:

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=283259

terça-feira, 23 de agosto de 2011

JMJ - MADRI 2011 - RETROSPECTIVA

Olá galera!

Foi cansativo mais valeu a pena, confessem.

A JMJ 2011 foi um espetáculo de fé impressionante que no auge dos meus 22 aninho, poucas vezes vi igual. Segue agora uma retrospectiva da JMJ, desde o convite oficial do Papa, feito na última parte de sua mensagem, até a missa de encerramento, quando os brasucas comemoraram afoitamente a eleição do Rio de Janeiro para cediar a JMJ 2013.

Bjus e ateh mais!

6. Rumo à Jornada Mundial de Madri

Queridos amigos, vos reitero o convite a participar da Jornada Mundial da Juventude em Madri. Com profunda alegria, espero a cada um pessoalmente, Cristo quer assegurar-vos na fé por meio da Igreja. A escolha de crer em Deus e segui-Lo não é fácil. Vê-se obstaculizada por nossas infidelidades pessoais e por muitas vozes que nos sugerem vias mais fáceis. Não vos desanimeis, buscai o apoio da comunidade cristã, o apoio da Igreja. Ao longo deste ano, preparai-vos intensamente para o encontro de Madri com vossos bispos, sacerdotes e responsáveis da pastoral juvenil nas dioceses, nas comunidades paroquiais, nas associações e movimentos. A qualidade de nosso encontro dependerá, sobretudo, da preparação espiritual, da oração, da escuta em comum da Palavra de Deus e do apoio recíproco.

Queridos jovens, a Igreja conta convosco. Necessita de vossa fé viva, vossa caridade criativa e o dinamismo de vossa esperança. Vossa presença renova a Igreja, rejuvenesce-a e lhe dá um novo impulso. Por isso, as Jornadas Mundiais da Juventude são uma graça não somente para vós, mas para todo o Povo de Deus. A Igreja na Espanha está preparando-se intensamente para acolher-vos e viver a experiência gozosa da fé. Agradeço às dioceses, paróquias, santuários, comunidades religiosas, associações e movimentos eclesiais que estão trabalhando com generosidade na preparação deste evento. O Senhor não deixará de abençoá-los. Que a Virgem Maria acompanhe este caminho de preparação. Ela, no anúncio do Anjo, acolheu com fé a Palavra de Deus; com fé consentiu que a obra de Deus se cumprisse nele. Pronunciando seu "fiat", recebeu o dom de uma caridade imensa, que a impulsionou a se entregar inteiramente a Deus. Que Ela interceda por todos vós, para que na próxima Jornada Mundial possais crescer na fé e no amor. Asseguro-vos minha recordação paterna na oração e vos bendigo de coração.

Dado no Vaticano, aos 6 de agosto de 2010, Festa da Transfiguração do Senhor.

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CHEGOU A HORA DE TESTEMUNHAR ESSA JMJ
Seis dias de muita festa, manifestação de fé e testemunho para todo o mundo. Está concluída a 26ª edição da Jornada Mundial da Juventude em Madri, na Espanha. É hora de ir e de fazer vivas e atuantes as palavras do Pastor da Igreja Universal, o Santo Padre o Papa Bento XVI.

Um homem de 84 anos cuja jovialidade, fé e força impressiona a todos. Conduziu cada discurso e homilia tendo como base o tema dado ao evento: “Enraizados eedificados em Cristo, firmes na fé”, fazendo um apelo ao compromisso sério e coerente de uma autêntica vida cristã.

Já na sua chegada a Madri, em seu discurso na Praça Cibeles, o Sumo Pontífice deixou uma palavra de ânimo aos presentes: “Que a chama do amor de Cristo nunca se apague em vossos corações!”.

Para que essa chama não se apague é preciso uma experiência real com Aquele que atraiu

estes jovens vindos das diversas partes do mundo. É preciso seguir o Cristo da cruz, não como sinal de sofrimento, mas de redenção.

Nas ruas da charmosa cidade espanhola, a Via-sacra foi vivida e experienciada de forma intensa. Para carregar a cruz, símbolo da JMJ, foram escolhidos jovens com algum tipo de deficiência, provenientes de áreas de conflitos, como Terra Santa e Iraque e também alguns vindos de países que sofreram catástrofes naturais, como é o caso do Haiti e Japão.

O Sumo Pontífice mostrou o quanto a “Mãe Igreja” se importa com seus filhos e como é próxima dos que sofrem, por isso se compromete com eles: “A Paixão de Cristo incita-nos a carregar sobre os nossos ombros o sofrimento do mundo, com a certeza de que Deus não é alguém distante ou alheio ao homem e às suas vicissitudes; pelo contrário, fez-Se um de nós para poder padecer com o homem, de modo muito real, na Carne e no Sangue.”

Em todas as suas ações e palavras, o Sucessor de Pedro destacou a importância do homem na realidade do mundo, razão pela qual visitou uma casa para acolhimento de crianças e jovens deficientes: “Nenhuma aflição é capaz de apagar esta efígie divina gravada no mais fundo do homem”, continua ele, “A vida destes jovens muda o coração dos homens e, por isso, damos graças ao Senhor por tê-los conhecido.”

Estas palavras trazem consolo e esperança aos nossos corações, numa realidade na qual a “seleção” é cada vez maior.

Continuando seu itinerário o Santo Padre se encontrou com os seminaristas, com aqueles que desejam compartilhar o sacerdócio de Cristo. Na oportunidade, Bento XVI os acolheu, demonstrando-lhes afeto e cuidado, mas também os alertou sobre a responsabilidade do “SIM”: “Nós devemos ser santos para não gerar uma contradição entre o sinal que somos e a realidade que queremos significar”.

Exercendo seu ministério no “tu a tu”, o Pontífice também nos apresentou algo novo, ao ser o primeiro Papa na história da JMJ a atender em confissão alguns jovens, numa grande celebração chamada “Festa do Perdão”, iniciativa que promoveu essa graça aos peregrinos. É a face da Divina Misericórdia, que visita o mundo testemunhando o amor como a vocação primeira de todo cristão.

Um homem inserido no mundo e preocupado com ele, o Sucessor de Pedro também esteve com os jovens noruegueses levando-lhes o consolo pelo duplo atentado de Oslo, que tirou a vida de 77 pessoas no dia 22 de julho.

A luz que foi acessa um dia pelo beato João Paulo II, sempre lembrado nesta edição da JMJ, não pode apagar. Na vigília as velas acesas representavam a luz, que é Cristo, em cujo cenário mais de um milhão de jovens perseverantes adentraram a noite numa expressão ímpar de fé, depois de uma grande tempestade. “Também por isso, sois um exemplo. O Senhor, com a chuva, manda-nos muitas bênçãos”, ressaltou o Santo Padre.

Encerrando esta jornada o envio foi feito, Bento XVI fez um apelo para que os jovens católicos de todo o mundo testemunhem a sua fé publicamente, mesmo em “lugares onde prevaleça a rejeição ou a indiferença”.

Eis que uma nova jornada se inicia no dia de hoje, é hora de assumir cada palavra proferida e dar a nossa contribuição para uma sociedade que precisa do nosso testemunho. A cruz, objeto-símbolo da JMJ, já está a caminho do Brasil e com ela recebemos também o compromisso de levar Cristo a todos.

Bom trabalho! Levemos em nosso coração as palavras finais de Bento XVI: “Peçamos ao Senhor, desde já, que assista com a Sua força quantos hão-de pô-la em marcha e aplane o caminho aos jovens do mundo inteiro para que possam voltar a reunir-se com o Papa naquela bonita cidade brasileira.”

Avancemos sem medo de sermos testemunhas da esperança!

Cristiane Henrique – Produção Destrave

Fonte:

http://destrave.cancaonova.com/chegou-a-hora-de-testemunhar-esta-jmj

sábado, 20 de agosto de 2011

JMJ - MADRI 2011 - PARTE V

5. Sustentados pela fé da Igreja, para ser testemunhas

Naquele momento, Jesus exclama: "Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!" (Jo 20, 29). Pensava no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos agora que nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está vinculada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas sim, mediante o Batismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que assegura nossa fé pessoal. O Credo que proclamamos a cada domingo na Eucaristia protege-nos precisamente do perigo de crer em um Deus que não é o que Jesus nos revelou: "Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé" (Catecismo da Igreja Católica, 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela nos faz progredir com segurança na fé, que nos dá a verdadeira vida (cf. Jo 20, 31).

Na história da Igreja, os santos e mártires tiraram da cruz gloriosa a força para serem fiéis a Deus até a entrega de si mesmos; na fé, encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar toda a adversidade. De fato, como diz o apóstolo João: "Quem é o vencedor do mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?" (1 Jo 5, 5). A vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se expressa na caridade. Foram artífices da paz, promotores da justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se em diferentes âmbitos da vida social, com competência e profissionalismo, contribuindo eficazmente para o bem de todos. A caridade que brota da fé lhes levou a dar um testemunho muito concreto, com a palavra e as obras. Cristo não é um bem somente para nós mesmos, mas é o bem mais precioso que temos para compartilhar com os demais. Na era da globalização, sejais testemunhas da esperança cristã no mundo todo: são muitos os que desejam receber esta esperança. Ante o sepulcro do amigo lázaro, morto há quatro dias, Jesus, antes de voltar a chamá-lo a vida, diz a sua irmã Marta: "Se credes, vereis a glória de Deus" (Jo 11, 40). Também, vós, se credes, se souberdes viver e dar, a cada dia, testemunho de vossa fé, sereis um instrumento que ajudará a outros jovens como vós a encontrar o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

JMJ - MADRI 2011 - PARTE IV

4. Crer em Jesus Cristo sem vê-Lo

No Evangelho, é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé quando acolhe o mistério da cruz e ressurreição de Cristo. Tomé, um dos doze apóstolos, seguiu a Jesus, foi testemunha direta de suas curas e milagres, escutou suas palavras, viveu o espanto ante sua morte. Na tarde da Páscoa, o Senhor aparece aos discípulos, mas Tomé não está presente, e quando lhe contam que Jesus está vivo e apareceu a eles, diz: "Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei" (Jo 20, 25).

Também nós gostaríamos de poder ver a Jesus, poder falar com Ele, sentir mais intensamente ainda sua presença. Muitos hoje acham difícil ter acesso a Jesus. Muitas das imagens que circulam de Jesus, e que se fazem passar por científicas, lhe tiram sua grandeza e a singularidade de sua pessoa. Por isso, ao longo de meus anos de estudo e meditação, fui amadurecendo a ideia de transmitir em um livro algo de meu encontro pessoal com Jesus, para ajudar de alguma forma a ver, escutar e tocar ao Senhor, em quem Deus saiu ao nosso encontro para se deixar conhecer. De fato, Jesus mesmo, aparecendo novamente aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: "Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé" (Jo 20, 27). Também para nós é possível ter um contato sensível com Jesus, colocar, por assim dizer, a mão nos sinais de Sua Paixão, os sinais de seu amor. Nos Sacramentos, Ele vem até nós de uma forma particular, entrega-se a nós. Queridos jovens, aprendei a "ver", a "encontrar" a Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até entregar-se como alimento para nosso caminho; no Sacramento da Penitência, onde o Senhor manifesta sua misericórdia oferecendo-nos sempre seu perdão. Reconhecei e servi a Jesus também nos pobres e enfermos, nos irmãos que estão em dificuldade e necessitam de ajuda.

Iniciai e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-O mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; falai com Ele na oração, confiai n'Ele. Nunca vos trairá. "A fé é, antes de tudo, uma adesão pessoal do homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou" (Catecismo da Igreja Católica, 150). Assim, podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não se funda unicamente em um sentimento religioso ou em uma vaga recordação do catecismo de vossa infância. Podereis conhecer a Deus e viver autenticamente d'Ele, como o apóstolo Tomé, quanto professou abertamente sua fé em Jesus: "Meu Senhor e meu Deus".

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

JMJ - MADRI 2011 - PARTE III

  1. Firmes na fé

Estai "enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Col 2, 7). A carta, da qual foi tirado esse convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade concreta dos cristãos da cidade de Colossos. Aquela comunidade, de fato, estava ameaçada pela influência de certas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. Nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o dos colossenses de então. Com efeito, há uma forte corrente de pensamento laicista que deseja afastar Deus da vida das pessoas e da sociedade, lançando as bases e tentando criar um "paraíso" sem Ele. Mas a existência ensina que o mundo sem Deus converte-se em um "inferno", onde prevalece o egoísmo, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e os povos, a falta de amor, alegria e esperança. Ao contrário, quando as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, Lhe adoram em verdade e escutam Sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, onde cada um é respeitado em sua dignidade e cresce a comunhão, com os frutos que isso implica. Há cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que lhes afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem deixar-se seduzir por elas, simplesmente deixaram que se esfriasse a sua fé, com as inevitáveis consequências negativas no plano moral.

O apóstolo Paulo recorda aos irmãos, contagiados pelas ideias contrárias ao Evangelho, o poder de Cristo morto e ressuscitado. Esse mistério é o fundamento de nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, considerando-o "loucura" (1 Co 1, 23), mostram seus limites ante as grandes perguntas presentes no coração do homem. Por isso, também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32), Cremos firmemente que Jesus Cristo se entregou na Cruz para oferecer-nos Seu amor; em sua paixão, suportou nossos sofrimentos, carregou nossos pecados, alcançou-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo, fomos libertados do que mais paralisa nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, inclusive aos inimigos, e compartilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.

Queridos amigos, a cruz geralmente provoca medo, porque parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário. É o "sim" de Deus ao homem, a expressão máxima de seu amor e a fonte de onde emana a vida eterna. De fato, do coração de Jesus aberto na cruz brotou a vida divina, sempre disponível para quem aceita olhar ao Crucificado. Por isso, quero convidar-vos a acolher a cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Sem Cristo, morto e ressuscitado, não há salvação. Somente Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino da justiça, paz e amor, ao que todos aspiramos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

JMJ - MADRI 2011 - PARTE II

2. Enraizados e edificados em Cristo

Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de deter-me em três termos que São Paulo utiliza em: "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Col 2, 7). Aqui, podemos distinguir três imagens: "enraizado" evoca a árvore e as raízes que a alimentam; "edificado" refere-se à construção; "firme" alude ao crescimento da força física ou moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de comentá-las, é preciso assinalar que no texto original as três expressões, desde o ponto de vista gramatical, estão no passivo: quer dizer, que é Cristo mesmo quem toma a iniciativa de enraizar, edificar e tornar firmes os crentes.

A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo por meio de raízes, que lhe dão estabilidade e alimento. Sem as raízes, seria levada pelo vento, e morreria. Quais são nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura de nosso país são um componente muito importante de nossa identidade. A Bíblia mostra-nos outro mais. O profeta Jeremias escreve: "Bendito quem confia no Senhor e coloca no Senhor sua confiança. Será uma árvore plantada junto á água, que junto às correntes lança suas raízes. Quando chega a estiagem, não a sentirá, sua folha estará verde; no ano da seca, não se inquieta, não deixa de dar fruto" (Jer 17, 7-8). Enraizar, para o profeta, significa voltar a colocar sua confiança em Deus. D'Ele vem nossa vida. Sem Ele, não poderíamos viver de verdade. "Deus nos deu a vida eterna e esta vida está em seu Filho" (1 Jo 5, 11). Jesus mesmo apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso, a fé cristã não é somente crer na verdade, mas, sobretudo, é uma relação pessoal com Jesus Cristo. O encontro com o Filho de Deus proporciona um dinamismo novo a toda a existência. Quando começamos a ter uma relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos nossa identidade e, com sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Existe um momento na juventude em que cada um se pergunta: qual sentido tem minha vida, que finalidade, que rumo devo lhe dar? É uma fase fundamental que pode perturbar a mente, às vezes durante muito tempo. Pensa-se em qual será nosso trabalho, as relações sociais que devem se estabelecer, que afetos devem se desenvolver... Neste contexto, volto a pensar em minha juventude. De certo modo, logo percebi que o Senhor me queria sacerdote. Mas, mais adiante, depois da guerra, quando no seminário e na universidade me dirigia até essa meta, tive que reconquistar essa certeza. Tive que me perguntar: é esse, de verdade, meu caminho? É, de verdade, a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de permanecer-lhe fiel e estar totalmente à disposição d'Ele, a Seu serviço? Uma decisão assim também causa sofrimento. Não pode ser de outra maneira. Mas, depois, tive a verdade: está certo! Sim, o Senhor me quer, por isso me dará também a força; Escutando-lhe, estando com Ele, chego a ser eu mesmo. Não conta a realização de meus próprios desejos, mas sim Sua vontade. Assim, a vida torna-se autêntica.

Como as raízes da árvore a mantém plantada firmemente na terra, assim os alicerces dão à casa uma estabilidade perdurável. Mediante a fé, estamos enraizados em Cristo (cf. Col 2, 7), assim como uma casa está construída sobre os alicerces. Na história sagrada, temos numerosos exemplos de santos que edificaram sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro: Abraão. Nosso pai na fé obedeceu a Deus, que lhe pedia que deixasse a casa paterna para encaminhar-se a um país desconhecido. "Abraão creu em Deus e isto lhe foi tido em conta de justiça, e foi chamado amigo de Deus" (Tg 2, 23). Estar enraizados em Cristo significa responder concretamente ao chamado de Deus, confiando-se a Ele e colocando em prática Sua Palavra. Jesus mesmo repreende a seus discípulos: "Por que me chamais 'Senhor, Senhor!' e não fazeis o que vos digo?" (Lc 6, 46). E recorrendo à imagem da construção da casa, complementa: "Todo aquele que vem a mim ouve as minhas palavras e as pratica [...] é semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou bem fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. As águas transbordaram, precipitaram-se as torrentes contra aquela casa e não a puderam abalar, porque ela estava bem construída" (Lc 6, 47-48).

Queridos amigos, construí vossa casa sobre a rocha, como o homem que "cavou bem fundo". Tentai também vós acolher a cada dia a Palavra de Cristo. Escutai-o como ao verdadeiro Amigo com quem compartilhar o caminho de vossa vida. Com Ele ao vosso lado, sereis capazes de afrontar com valentia e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e os fracassos. Continuamente apresentar-vos-ão propostas mais fáceis, mas vós mesmos percebereis que se revelam como enganosas, não dão serenidade nem alegria. Somente a Palavra de Deus mostra-nos o caminho autêntico, somente a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que haveis recebido de vossas famílias e esforçai-vos para responder com responsabilidade ao chamado de Deus, convertendo-vos em adultos na fé. Não creiais nos que dizem que não necessitais dos outros para construir vossa vida. Apoiai-vos, ao contrário, na fé de vossos entes queridos, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por tê-la recebido e tê-la feito vossa.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

JMJ - MADRI 2011

Olá Amigos!
Um dos momentos mais esperados do ano, a Jornada Mundial da Juventude começa hoje, em Madri.
E para celebrarmos o evento e entendermos o sentido deste encontro que o Papa propõe pra nós, durante esta semana, a Sublime vai postar, em 6 partes, a mensagem do Papa Bento XVI aos jovens da JMJ e de toda a Igreja.
Pode parecer longo galera, mas na boa, vale mto a pena ler!
bjussss
Fiquem com Deus e boa JMJ p todos!

BOLLETTINO DELLA SALA STAMPA DELLA SANTA SEDE (TRADUÇÃO DE LEONARDO MEIRA - EQUIPE CN NOTÍCIAS)

"Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (Col 2, 7)

Queridos amigos,

Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney, em 2008. Ali, vivemos uma grande festa da fé, na qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma intensa comunhão entre os participantes, vindos de todas as partes do mundo. Aquele encontro, como os precedentes, produziu frutos abundantes na vida de muitos jovens e de toda a Igreja. Nosso olhar dirige-se agora para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em Madri, no mês de agosto de 2011. Já em 1989, alguns meses antes da histórica queda do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez uma parada na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, no momento em que a Europa tem que voltar a encontrar suas raízes cristãs, fixamos nosso encontro em Madri, com o lema: "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Col 2, 7). Convido-vos a este evento tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. Além disso, gostaria que todos os jovens, tanto os que compartilham nossa fé quanto os que hesitam, duvidam ou não creem, pudessem viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo, de seu amor por cada um de nós.

1. Nas fontes de vossas maiores aspirações

Em cada época, também em nossos dias, numerosos jovens sentem o profundo desejo de que as relações interpessoais sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração de construir relações autênticas de amizade, de conhecer o verdadeiro amor, de fundar uma família unidade, de adquirir uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Ao recordar minha juventude, vejo que, na verdade, a estabilidade e a segurança não são as questões que mais ocupam a mente dos jovens. Sim, a questão do lugar de trabalho, e com ela a de ter o futuro assegurado, é um problema grande e premente, mas ao mesmo tempo a juventude segue sendo a idade na qual se busca uma vida maior. Ao pensar em meus anos de então, simplesmente, não queríamos perder-nos na mediocridade da vida aburguesada. Queríamos o que era grande, novo. Queríamos encontrar a vida mesma em sua imensidão e beleza. Certamente, isso dependia também de nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e a guerra, estivemos, por assim dizer, "encerrados" pelo poder dominante. Por isso, queríamos ir para fora, para entrar na abundância das possibilidades do ser homem. Mas creio que, em certo sentido, este impulso de ir mais além do habitual está em cada geração. Desejar algo mais que a cotidianidade regular de um emprego seguro e sentir o desejo do que é realmente grande faz parte do ser jovem. Trata-se somente de um sonho vazio que desaparece quando uma pessoa se torna adulta? Não, o homem, na verdade, está criado para o que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: nosso coração está inquieto, até que não descanse em Ti. O desejo da vida maior é um sinal de que Ele nos criou, de que levamos sua "marca". Deus é vida, e cada criatura tem a vida; de um modo único e especial, a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira ao amor, à alegria e à paz. Então, compreendemos que é um contrassenso pretender eliminar a Deus para que o homem viva. Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, privar-se da plenitude e da alegria: "sem o Criador, a criatura se dilui" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição Gaudium et Spes, 36). A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir a Deus, ou a considerar a fé como um ato privado, sem nenhuma relevância na vida social. Embora o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho – como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família -, constata-se uma espécie de "eclipse de Deus", uma certa amnésia, mais ainda, uma verdadeira rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder aquilo que mais profundamente nos caracteriza.

Por esse motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja. Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes e bases sólidas. Isso é verdade, especialmente hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir sua vida, sentindo-se assim profundamente inseguros. O relativismo que se difundiu, e para o qual tudo dá no mesmo e não existe nenhuma verdade, nem um ponto de referência absoluto, não gera verdadeira liberdade, mas instabilidade, desajuste e um conformismo com as modas do momento. Vós, jovens, tendes o direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer vossas opções e construir vossa vida, do mesmo modo que uma planta necessita de um apoio sólido até que cresçam suas raízes, para se converter em uma árvore robusta, capaz de produzir fruto.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Festival de Música Sacra

A Academia Musical Europeia, em parceria com o Pontifício Conselho da Cultura e outras entidades, promove o Concurso Internacional “Música Sacra”, o único no mundo dedicado a jovens cantores solistas de música sacra.

O concurso começa em Roma, na Itália, no dia 15 de novembro e dirige-se a cantores de todas as nacionalidades e religiões. As inscrições terminam no dia 5 de novembro. Para participar, os interessados devem preencher um cadastro e, em seguida, seguir algumas orientações divulgadas no site oficial do concurso: www.concorsomusicasacra.com

A final está marcada para o dia 19, do mesmo mês, na capital italiana, com um concerto na Basílica dos Doze Santos Apóstolos. O evento será transmitido para todo o mundo pela rede de televisão Telepace.

“A união de diferentes nações e povos numa manifestação multiétnica, inter-religiosa e multicultural permitiu desenvolver laços culturais internacionais, tornando-se um instrumento ativo de edificação de uma cultura dedicada à colaboração fraterna de mundos diversos, para favorecer a compreensão recíproca”, diz a circular divulgada pela Academia Musical Europeia.

O júri do concurso é composto por personalidades de vários países europeus ligadas à Igreja Católica e às artes.

A nota explica que o concurso pode ser uma ocasião para os participantes “mudarem de vida”, num mundo em que é “difícil obter o justo reconhecimento pelo seu empenho e capacidade”.

O valor total dos prêmios é de 10 mil euros, em forma de bolsas de estudo de 500 a 4300 euros. Além disso, os melhores concorrentes serão incorporados no conjunto “Celeste Armonia”.

Na edição 2010, inscreveram-se 1100 artistas dos cinco Continentes, e 130 chegaram à final.

Fonte:

http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=283025

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

YOUCAT - A Peça que Faltava

Olá, amigos!
Que saudade de vcs!
Depois das
minhas férias frustradas nos Jogos Mortais, ops... Mundiais Militares estou de volta com tudo!
E pelo visto eu não sou a única!
O YOUCAT chegou em meio a uma onda de alegria para os jovens do mundo inteiro.
Mas afinal do que se trata? Leia e descubra!

Igreja lança o “Catecismo Jovem da Igreja Católica” em dez línguas. A PAULUS é a editora responsável pelas publicações em português e em polonês.

O “Catecismo Jovem da Igreja Católica”, chamado também de YOUCAT – abreviação de Youth Catechism –, foi lançado, mundialmente, em 13 de abril, em um evento que contou com a participação do papa Bento XVI, no Vaticano. A obra, baseada no “Catecismo da Igreja Católica”, foi desenvolvida por um número considerável de padres, teólogos e professores de religião, para apresentar a mensagem e a doutrina da Igreja em linguagem juvenil e mais acessível.

O YOUCAT vem atender a vontade dos muitos jovens que, inspirados e entusiasmados pela dinâmica das Jornadas Mundiais da Juventude, pediram um Catecismo que lhes falasse diretamente. Além disso, muitos deles trabalharam, voluntariamente, no desenvolvimento deste material. Justamente por isso, o papa Bento XVI, que escreve o prefácio da obra, recusa a ideia de que os jovens não estão interessados no que a Igreja tem a dizer.

“Muitas pessoas me dizem: os jovens de hoje não se interessam por isso. Duvido de que isto seja verdade e estou certo do que digo. Os jovens de hoje não são tão superficiais como se diz deles. Eles querem saber realmente o que é a vida. Um romance policial é excitante porque nos insere no destino de outras pessoas, que também poderia ser o nosso. Este livro é cativante porque fala do nosso próprio destino, pelo que está profundamente próximo de cada um de nós. Assim vos convido: estudai o catecismo! Este é o desejo do meu coração”, enfatiza o Santo Padre.

O YOUCAT tem a mesma proposta do “Catecismo da Igreja Católica”, sendo a linguagem seu maior diferencial. Estruturado em perguntas e respostas, o livro é dividido em quatro partes. A primeira, “Em que cremos”, fala sobre a Bíblia, a Criação, a fé. A segunda, “Como celebramos”, aborda os vários mistérios da Igreja, os sete sacramentos, explica a estrutura do ano litúrgico etc. A terceira, “A vida em Cristo”, apresenta as virtudes, os dez mandamentos – e tudo o que se relaciona a eles –, questões importantes como o aborto, os direitos humanos, e demais temas. A última, “Como devemos orar”, explica a importância da oração, o porquê de se rezar, o que é o terço, como rezá-lo, e assim por diante.

O YOUCAT estará disponível em dez línguas: alemão, inglês, francês, italiano, espanhol, português, polonês, holandês/flamengo, tcheco e eslovaco. No dia 17 de abril, durante a celebração do Domingo de Ramos, no Vaticano, o papa Bento XVI recebeu uma edição de cada. A PAULUS, responsável pelas publicações em português e polonês, aposta no sucesso do YOUCAT entre os jovens cristãos. Para o pe. Zolferino Tonon, diretor multimedial da PAULUS no Brasil, a expectativa pela chegada do YOUCAT ao país é grande, e certamente será muito bem aceito. “Com certeza, os jovens brasileiros, em busca de um sentido maior para a própria vida, encontrarão neste livro a resposta necessária", afirma. A PAULUS espera receber as edições no Brasil no final do primeiro semestre de 2011 ou início do segundo.

Pois é, queridos! A ótima notícia é que o YOUCAT já foi lançado. Para todos os Jovens que ansiavam pegar nas armas e combater o bom combate: CHEGOU A HORA!

Fontes:
http://igrejamilitante.wordpress.com/2011/07/19/youcat-catecismo-jovem-da-igreja-catolica-ajude-a-divulgar-essa-ideia/